Enem 2025: história aborda temas relevantes para a sociedade atual
- siteseicondf

- 11 de nov.
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Carneiro ressaltou que o exame não apresentou grandes surpresas ou inovações que dificultassem o acesso dos alunos ao conteúdo. "A prova respeita o que é o ensino médio no Brasil."
O professor disse que, em comparação com edições anteriores, houve menos uso de imagens, com maior foco em textos e documentos históricos.
A prova, segundo ele, valorizou a contextualização e a capacidade de relacionar o passado com o presente, abordando temas de cidadania e participação política.
Análise de questões específicas:
Gripe Espanhola: considerada mais fácil, a questão abordou a falta de consenso sobre a origem da Gripe Espanhola e a censura de informações durante a Primeira Guerra Mundial. O professor traçou um paralelo com a pandemia de Covid-19, alertando para o risco da desinformação.
Sistema eleitoral no Império: avaliada como mais direta e um pouco mais simples, tratou da reforma eleitoral de 1881, que substituiu o voto censitário (baseado na renda) pela exigência de alfabetização, excluindo grande parte da população e reduzindo o número de eleitores. O professor enfatizou a discussão sobre cidadania e participação política.
Comércio de Veneza: também classificada como mais fácil, a questão explorou Veneza como um polo de integração entre Oriente e Ocidente no comércio mediterrâneo, desmistificando a ideia de sociedades fechadas na Idade Média. A leitura de imagens, mesmo com menos presença na prova, foi destacada como essencial.
Roda dos expostos: de dificuldade mediana, a questão abordou a função sociorreligiosa da Igreja Católica no Brasil colonial, especificamente o acolhimento de crianças abandonadas através da roda dos expostos.
Patrimônio e Muro de Berlim: esta questão trouxe uma discussão sobre patrimônio fora do Brasil, focando nos protestos dos moradores de Berlim contra a demolição de partes do Muro. O professor explicou que a preservação do Muro é um vínculo com a história e a memória, e sua destruição para construir um condomínio de luxo seria "passar por cima da vivência dessas pessoas". Ele reforçou que a prova apela para uma noção de formação histórica, consciência e cidadania.
Povos originários e canibalismo: considerada fácil, a questão discutiu a visão preconceituosa europeia sobre os rituais indígenas, interpretados como canibalismo, e a estigmatização dos povos originários como "selvagens".
Roma Antiga e leis escritas: uma questão mais direta e simples, que abordou a exigência dos plebeus por leis escritas em Roma Antiga, como a Lei das 12 Tábuas, para garantir direitos e participação política.
Povos originários e direitos indígenas: de nível médio, a questão tratou da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, valorizando sua ciência, cultura e tecnologia, e defendendo o direito desses povos a viverem sem discriminação.
Imprensa Régia: classificada como intermediária para mais difícil, a questão abordou o papel da Imprensa Régia na integração das regiões territoriais ao poder central do Rio de Janeiro após a chegada da Corte Portuguesa em 1808, um tema clássico, mas abordado de forma criativa.
O professor Vinícius Carneiro enfatizou que a prova de história exigiu dos alunos um "conhecimento conceitual mais consistente" em vez de apenas memorização de dados.
Ele aconselhou os candidatos a desenvolverem uma boa estratégia de leitura, compreendendo textos e imagens, e a desmistificarem a ideia de que o teste é excessivamente difícil, pois ela apresenta diferentes níveis de complexidade.
"A prova está discutindo coisas que são relevantes para a sociedade contemporânea."




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